It was Adventure Day at the Women Of Earth Bridge-House. This time I declared I was the Spaceholder and my proposal was to go to the Sugar Loaf Cable Car. I am very afraid of heights. Years before it was unthinkable for me to propose such a challenge. Now I wanted to feel my Fear Consciously.
When the time to get on the Cable Car approached, my legs were shaking. I was on the verge of tears. I was confronted with my strategy of mixing emotional Sadness with my Fear so I don’t feel the fear. I put sadness aside to feel my pure Fear. At that moment Vera saw me and reached out her hand to me, and we finally entered the Cable Car.
In the beginning I closed my eyes. Once again I wanted to cry. Vera held space for me to open my eyes, to feel and express my fear. I squeezed her hand and she coached me to keep my fear from mixing with anger. And on the journey between one mountain and another, I started letting my Fear energy circulate inside my whole body and nervous system. I kept coming back to my body, to the fear, to the present, and looking at that vertiginous view.
When we reached the other side I couldn't believe what had happened. I did it!
My body was still shaking but I couldn't hold back the smile on my face. I had crossed in the air those two mountains. But more than that, the biggest crossing I crossed was internal. I came out of the automatic response of freezing to allowing myself to feel my pure fear, in my body. And it was precisely that fear that allowed me to discover stunning landscapes on top of the mountains, while guiding me through the immensity of my heart and my aliveness.
At the end of the day, I was swimming in the Ipanema Beach waters. Night fell and I was still in the sea, looking at the mountains. I suddenly remembered when I was 17 years old. I was in that same sea, at that time I really wanted to be a television actress. Rio de Janeiro is the place where soap operas are recorded in Brazil, and at 17 years old that was my dream. I swam in those same waters and thought: One day I'm going to live and work in this city. Almost as soon as I thought it, I had an intuition that it wasn't going to happen. I was so uncomfortable with the lack of certainty and control I felt at the moment of my intuition, that I remember the feeling to this day.
Days later after that intuition flash in the sea I heard a phrase from an actress I admired. A phrase I would not forget. She said: “The best things that will happen in your life, you can't plan.” This disturbed me then. How can I not plan everything in my life?
Now twenty three years later, I was swimming in the same sea. I looked at the mountains and laughed. I really could never plan what I'm experiencing now. I could have never imagined that I would be living with 10 women in a house in the middle of the jungle, learning English, creating and living a new culture, and abandoning many of the certainties that I thought would make me happy.
I'm still in the sea.
I relax my body and let the waters embrace me.
I float.
While I let the waters support me, ECCO whispers in my ear: When you give up control, you find the flow.
I get out of the sea and admire the other Bridge-House women who swim in the same ocean with me. How lucky am I to live with such inspiring women, I almost can't believe that this IS my life.
In the background I hear a samba circle, and I feel joy. The music, the beach, the crowds. My joy increases. I'm in ecstasy, and suddenly Vrummm, I'm hit by memories. I think about my ex-partner. We met at a samba circle. I remember these memory flashes with him, all happening very quickly. I catch myself thinking about how happy I was. That my life was very good with him. My eyes fill with tears, and when the joy turns to sadness, I realize that I was fantasizing about what the past was like, and that ‘happy’ ecstasy I was experience was actually emotional joy from the past. I noticed starkly how overwhelmed I was by how everything happened so quickly inside me, and I rush to write down and capture everything I noticed in my beep! book.
On the way back to our house, I do a secret experiment. I decide to drive for an hour without losing my Center. I arrive home with a new record set. I only gave my Center away 3 times during the entire journey. And when I finally enter the room to rest, I see two cockroaches. This day of adventure seems to have no end. Besides heights, cockroaches is another big fear I have. But after a day where I was so present in my bodies and so Centered and Grounded, the cockroaches did not ruin the day.
Sónia hands me the container for removing insects. She shouts to me: “GO DANIELLE!”. For the first time, I pick them both up and throw them outside in the bushes!
And before I sleep I think again about that phrase, that the best things in life cannot be planned. Life is an ongoing flow of events, and that feeling Fear Consciously means being open to a path of unpredictability and adventure. I breathe a sigh of relief, and also for the first time, the unpredictable suits me well.
Era dia de aventura, dessa vez eu era a Spaceholder e minha proposta era ir ao Bondinho do Pão de Açúcar. Eu tenho muito medo de altura, anos antes era impensável, para mim, propor tal desafio, agora eu queria sentir meu medo com consciência.
Quando se aproximou o momento de subir no Bondinho minhas pernas tremiam, senti vontade de chorar, percebi a minha estratégia de misturar tristeza para aliviar o medo, deixei a tristeza de lado para sentir meu medo puro, nessa hora Vera me estendeu a mão e finalmente entramos no Bondinho.
No primeiro arranque fechei os olhos, mais uma vez a vontade de chorar, Vera amparava espaço para eu sentir e expressar meu medo, apertei a sua mão e ela disse para eu não misturar o medo com a raiva. E no percurso entre uma montanha e outra, fui deixando o medo circular no meu corpo, quando chegamos ao outro lado eu não podia acreditar no que havia acontecido, eu consegui! O corpo ainda tremia e não podia segurar o sorriso no meu rosto. Eu havia atravessado mais que duas montanhas, minha travessia foi interna, sai do congelamento para sentir meu medo puro, e foi justamente o medo que me possibilitou descobrir paisagens deslumbrantes em cima das montanhas, enquanto me guiava pela imensidão do meu coração.
No final do dia, nadava no mar de Ipanema, a noite caiu e eu ainda estava no mar, olhava as montanhas e de repente me lembrei quando tinha 17 anos. Estava nesse mesmo mar, naquela altura eu desejava muito ser atriz de televisão. O Rio de Janeiro é o lugar onde se gravam as novelas no Brasil, e com 17 anos aquele era meu sonho. Eu nadava naquelas mesmas águas e pensei: - Um dia vou morar e trabalhar nessa cidade. Quase no mesmo instante que pensei, tive uma intuição de que aquilo não ia acontecer. Fiquei tão incomodada com a falta de certeza e controle que eu experimentava no instante da minha intuição, que me lembro da sensação até hoje.
Dias depois eu ouvi uma frase que não me esqueço, quem disse a frase foi uma atriz que eu admirava muito, ela disse: “As melhores coisas que vão acontecer na sua vida, você não pode planejar.” A frase também me perturbou naquele momento, como não posso planejar tudo na minha vida?
Vinte três anos depois, estava nadando no mesmo mar, olho as montanhas e dou risada, realmente eu jamais poderia planejar o que estou vivendo agora. Quando que eu podia imaginar que estaria morando com 10 mulheres em uma casa no meio da floresta, aprendendo inglês, criando e vivendo uma nova cultura e abandonando muitas das certezas que eu achava que me fariam feliz.
Ainda estou dentro do mar, relaxo meu corpo e deixo as águas me abraçarem, estou boiando. Eu antes pensava que a faltava de controle era o descontrole, enquanto deixo as águas me suportarem, Ecco sopra no meu ouvido: - Quando você renuncia ao controle, você encontra o fluxo.
Saio do mar e fico admirando as outras Mulheres da Bridge-House que nadam no mesmo oceano, que sorte a minha morar com mulheres tão inspiradoras, quase não consigo acreditar que essa é a minha vida.
Ao fundo escuto uma roda de samba, sinto alegria. A música, a praia, os cheios fazem minha alegria aumentar, estou em êxtase, e de repente Vrummm, sou atropelada por lembranças.
Penso no meu ex-parceiro, nos conhecemos numa roda de samba, lembro de momentos com ele, tudo muito rapidamente. Me pego pensando: - Como eu era feliz, minha vida era muito boa com ele. Meus olhos se enchem de lágrimas, e quando a alegria vira tristeza, percebo que estava fantasiando sobre como era o passado, e que meu êxtase era alegria emocional. Fico supressa de como tudo aconteceu tão rápido dentro de mim, e corro para anotar o que percebi no meu bip book.
No caminho de volta para nossa casa, faço um experimento secreto, dirigir por uma hora sem perder meu centro. Chego em casa com um novo recorde estabelecido, perdi apenas 3 vezes o centro durante todo percurso. E quando finalmente entro no quarto para descansar, vejo duas baratas. Esse dia de aventura parece não ter fim. Além de altura, baratas é outro medo que eu tenho. Mas depois de um dia tão apropriada de mim, não eram as baratas que iam por tudo por água abaixo.
Sónia me dá o recipiente de tirar insetos, ela está ao meu lado gritando: - Vai Danielle! Peguei as duas e joguei de volta no mato.
E antes de dormi volto a pensar sobre naquela frase, de que as melhores coisas da vida não se podem planejar. Me dou conta que a vida é uma constância de acontecimentos, e que sentir medo com consciência é estar aberta para um caminho de imprevisibilidade. Suspiro aliviada, e pela primeira vez, o imprevisível me caiu tão bem.